Este, infelizmente é o último trabalho da banda com Phil Collins, junto dela desde o disco Nursery Crime, e o quarto disco em que a banda experimenta com a música pop. Aliás, fator esse que tem causado muita polêmica em seu meio. Polêmica desnecessária essa, no meu ponto de vista, afinal, a banda sempre se caracterizou por fazer excelentes trabalhos, sempre desafiadores e interessantes em um certo sentido ou outro.
Podem acusar Phil, Tony e Mike de tudo, de oportunismo, de fazer músicas pop, de não estar atendendo as ânsias de seus antigos fãs, de querer estar nas paradas, etc, etc; menos de hipocrisia ou de trair suas raízes, raízes estas que provém desde o primeiro disco da banda com Peter Gabriel, From Genesis To Revelation, só que com uma enorme aprimorada no som pop. Eles tem experimentado e adquirido bons resultados com a música pop desde os discos Duke (o último progressivo) e Abacab, sempre mantendo a excelente qualidade de seu trabalho.
Até o disco Invisible Touch a banda tem composto uma ou duas faixas de 'new wave progressivo' (acho que é a termionologia certa) por disco. Aqui a banda resolveu arriscar quatro das doze faixas que compõem o disco.
"No Son Of Mine" abre o disco e se mostra bem forte e marcada, aliás, ela lembra de leve "In The Air Tonight", música do primeiro disco solo de Phil Collins, Face Value. Segue com "Jesus He Knows Me", uma espécie de brincadeira que a banda fez, criticando as famosas religiões de televisão, aqueles pastores que aparecem na TV "fazendo" milagres e coisas do tipo. A música é bem alegre, agradável e dançante. A próxima, "I Can't Dance" mostra um Phil Collins em dia com sua voz, e a música, apesar de mais arrastada, é bem dançante também, e tem uma aura meio rithm'n'blues, muito boa. "Driving The Last Spike" é muito bonita, a primeira faixa progressiva do disco com um começo suave porém forte e uma seção intermediária excelente, com mudanças de andamento e um instrumental realmente espetacular!
"Never A Time" é uma balada muito bonita e sentimental, bem ao estilo Elton John, como poucas bandas souberam fazer nessa época. "Dreaming While You Sleep" é mais uma faixa de progressivo, desta vez mais forte, marcante e mais direta, bem bluesy e com Phil cantando muito bem e Mike criando excelentes passagens com a guitarra, mas sem é claro ter algumas variações melódicas. "Tell Me Why" é mais uma pop bem alegre e agradável de se escutar e com a marca musical registrada de Phil Collins. "Living Forever" tem aquela aura de ...And Then There Were Three, é uma progressiva mais curta, com variações melódicas bem interessantes e solos belíssimos de Tony Banks, e uma guitarra rítmica excelente de Mike.
"Hold On My Heart" é um pop romântico mais calmo, influênciado claramente pela carreira solo de Collins em que ele começa a compor músicas românticas. É bonita, sem dúvida, mas algo bem diferente até mesmo do que o Genesis vinha fazendo, exceto por "In Too Deep" do Invisible Touch. Essas são as duas das três únicas músicas românticas que a banda compôs. Segue com "Way Of The World", mais uma pop bem alegre, ritmada e bem feita e com um ótimo solo de Tony Banks nos teclados. "Since I Lost You" é a última romântica que a banda compôs, dessa vez para os corações partidos. É bonita, mas as outras românticas são melhores.
O disco termina com a última faixa progressiva da era Collins, "Fading Lights", que é simplesmente fantástica, ela tem uma aura de como se a banda procurasse algum tipo de redenção, é estranho especialmente pelo título da canção, que significa luzes que se apagam, como se banda estivesse dando adeus. Ou Collins. Talvez ele, por querer sair da banda em grande estilo, pois a banda ainda teria um retorno 6 anos depois com Ray Wilson. O instrumental da música, nem é preciso dizer, está impecável, bem orquestrado e com Tony e Collins brilhando nos teclados e bateria, lembrando muito a aura da banda dos anos 70.
Resumindo, um disco simplesmente sensacional e imperdível da banda em seu último e derradeiro ato com Phil Collins. Vale muito a pena procurar por esse trabalho clássico da banda.
We Can't Dance (1991)
(Genesis)
Nota: 9 / 10
Tracklist:
01. No Son of Mine
02. Jesus He Knows Me
03. Driving the Last Spike
04. I Can't Dance
05. Never a Time
06. Dreaming While You Sleep
07. Tell Me Why
08. Living Forever
09. Hold on My Heart
10. Way of the World
11. Since I Lost You
12. Fading Lights
Genesis é:
Phil Collins: voz, bateria, percussão, drum machine
Mike Rutherford: guitarra, baixo
Tony Banks: teclados
Discografia:
- Live Over Europe (2007)
- 14 from Our Past (2007)
- Turn It On Again: The Hits - The Tour Edition (2007)
- Platinum Collection (2004)
- Live at Wembley Stadium (2003) - DVD
- The Way We Walk – Live in Concert (2002) - DVD
- ...Calling All Stations... (1997)
- We Can't Dance (1991)
- Invisible Touch (1986)
- 14 from Our Past (2007)
- Turn It On Again: The Hits - The Tour Edition (2007)
- Platinum Collection (2004)
- Live at Wembley Stadium (2003) - DVD
- The Way We Walk – Live in Concert (2002) - DVD
- ...Calling All Stations... (1997)
- We Can't Dance (1991)
- Invisible Touch (1986)
- Abacab (1981)
- Duke (1980)
- Wind & Wuthering (1976)
- A Trick of the Tail (1976)
- The Lamb Lies Down on Broadway (1974)
- Selling England by the Pound (1973)
- Foxtrot (1972)
- Nursery Cryme (1971)
- Trespass (1970)
- From Genesis to Revelation (1969)
Site oficial: www.genesis-music.com
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