CD: Shaman - Santana

-"Ohh, legal, emplacamos, que vamos fazer agora?"

-"Oras, vamos seguir a mesma fórmula, mas desta vez, vamos abusar das participações."

-"Legal, vamos lá!"

Posso não ser um vidente, mas duvido muito que este não tenha sido o pensamento de Santana quando lançou o atentado sonoro de nome Shaman, o sucessor do medíocre Supernatural. E assim, fica provado mais uma vez que, não há nada que impeça algo que é ruim, de ficar ainda pior. Shaman é literalmente a morte em vida de Santana. Portanto, a partir de agora, eu não vou mais dizer Santana. Vou substituir esse nome por Tonhão, simplesmente por uma questão de coesão. Então, estamos falando do lançamento de 2002 de Tonhão, Shaman.

Mas que sujeitinho sem talento, esse Tonhão, hein? Trata-se de um aproveitador de primeira linha. Tentando copiar o mestre Santana em todos os aspectos de seu som e falhando miseravelmente, Tonhão toca apenas duas ou três míseras músicas que valem alguma coisa. "You are my Kind", com participação do maravilhoso músico e compositor de mão cheia Seal (que certamente estava precisando de grana, sendo que aqui ele é subaproveitado), "Nothing At All" com o Musiq, que até passa, apesar dos clichês, e a belíssima instrumental "Victory is Won". Sem contar a boa cover para "Adouma", do compositor Angelique Kidjo, faixa de abertura do disco. Pára por aí.

O que vem a seguir é uma avalanche de hits radiofônicos pra lá de mequetrefes, contando com a participação de gente igualmente sem nenhum talento. Tonhão fez questão de colocar junto o que há de pior no mercado recente da música, fazendo assim uma verdadeira salada indigesta. Afinal, que pessoa de bom gosto musical quer ouvir gente como Macy Gray, P.O.D., Chad Kroeger, Dido...? ... Ughhhhh... peraí, vou no banheiro e já volto... ... ... ... ahhhh, bem, continuando...

Como se não bastasse, há o hit radiofônico "The Game Of Love", cantado pela péssima Michelle Branch, que tocou nas rádios até que os ouvidos de todos sangrassem. E como se ainda não bastasse, Tonhão ainda de quebra arrasta Plácido Domingo para temperar a salada indigesta. Haja saco, depois de tanta porcaria junta, ouvir ópera! Nada contra ópera, ou os tenores, logicamente, mas aqui se torna algo chato e auto-indulgente, considerando o todo. A situação não é das melhores mesmo para Tonhão, não é? Ainda bem que o Pavarotti se aposentou!

- "Puxa Ricardo, mas isso tudo não tem nada a ver com o Santana!"

Pois é, pena mesmo que não foi o Santana que fez o disco, né amigo? Foi o Tonhão. E ele é doidinho por uma MTV. Passe longe!

Shaman (2002)

(Santana)

Nota: 2,5 / 10

Tracklist:
01. Adouma
02. Nothing at All (com Musiq)
03. The Game of Love (com Michelle Branch)
04. You Are My Kind (com Seal)
05. Amoré (Sexo) (com Macy Gray)
06. Foo Foo (com Tabou Combo)
07. Victory Is Won
08. America (com P.O.D.)

09. Sideways (com Citizen Cope)
10. Why Don't You & I (com Chad Kroeger)
11. Feels Like Fire (com Dido)
12. Let Me Love You Tonight
13. Aye Aye Aye
14. Hoy Es Adios (com Alejandro Lerner)
15. One of These Days (com Ozomatli)
16. Novus (com Plácido Domingo)

Selo: Arista

Banda:

Tony Lindsay: voz
Carlos Santana: guitarra, voz, congas, percussão, sinos
Benny Rietveld: baixo
Chester D. Thompson: teclados
Karl Perazzo: percussão, voz, congas
Raul Rekow: congas

Com participação de:
Musiq: voz
Michelle Branch: voz
Seal: voz
Macy Gray: voz
Melky Jean: voz
Governor Washington, Jr.: voz
P.O.D.: voz
Citizen Cope: voz
Chad Kroeger: voz
Dido: voz
Plácido Domingo: voz
Tabou Combo: banda de apoio
Ozomatli: banda de apoio
Chad & Earl: back vocal
Lenesha Randolph: back vocal
Francis Dunnery: guitarra rítmica
Al Anderson: guitarra rítmica
Sergio Vallín: guitarra rítmica
J. B. Eckl: guitarra rítmica
Raul Pacheco: guitarra rítmica e percussão
Tom Barney: baixo
Juan Calleros: baixo
Mike Porcaro: baixo
George Whitty: teclados
Loris Holland: teclados
Alberto Salas: teclados
K. C. Porter: acordeon, teclado
Billy Johnson: bateria
Carter Beauford: bateria
Horacio Hernandez: bateria
Rodney Holmes: bateria
Alex González: bateria
Gregg Bissonette: bateria
Jimmy Keegan: bateria
Ramon Flores: trombone
Mic Gillette: trombone, trompete
Marvin McFadden: trompete
Jose Abel Figueroa: trombone
Jeff Cressman: trombone
William Ortiz: trompete
Danny Wolinski: sax e flauta
Steve Touré: trombone
Earl Gardner: trompete e fliscorne
Joseph Daley: tuba
Joseph Herbert: cello
Daniel Seidenberg: viola
Hari Balakrisnan: viola
Jeremy Cohen: violino
Luis Conte: congas e percussão

Discografia:

- Santana IV (2016)
- Corazón (2014)
- Shape Shifter (2012)
- Guitar Heaven (2010)
- All That I Am (2005)
- Shaman (2002)
- Supernatural (1999)
- Milagro (1992)
- Spirits Dancing in the Flesh (1990)
- Freedom (1987)
- Beyond Appearances (1985)
- Shangó (1982)
- Zebop! (1981)
- Marathon (1979)
- Inner Secrets (1978)
- Moonflower (1977)
- Festival (1977)
- Amigos (1976)
- Borboletta (1974)
- Welcome (1973)
- Caravanserai (1972)
- Santana III (1971)
- Abraxas (1970)
- Santana (1969)

Site oficial: www.santana.com