Peguei a terceira história do Astronauta versão de Danilo Beyruth pensando que esta seria a última vez. Ao chegar no final da história, tive a grata impressão de que Beyruth ainda pode escrever mais uma história do personagem. E eu sou totalmente a favor, porque Beyruth tem realizado, até aqui, um excelente trabalho.
Assimetria, eu diria que não é melhor do que Magnetar, mas se encontra para mim em segundo lugar, dentre estas três histórias que Beyruth roteirizou.
E uma das razões para isso é que o roteirista retorna para aquela ideia da solidão que vimos na primeira, e que deu tão certo. Uma coisa que havia me incomodado um pouco em Singularidade é que o personagem carrega muito elenco extra, coisa que foi bem dosada por aqui.
Assimetria, eu diria que não é melhor do que Magnetar, mas se encontra para mim em segundo lugar, dentre estas três histórias que Beyruth roteirizou.
E uma das razões para isso é que o roteirista retorna para aquela ideia da solidão que vimos na primeira, e que deu tão certo. Uma coisa que havia me incomodado um pouco em Singularidade é que o personagem carrega muito elenco extra, coisa que foi bem dosada por aqui.
A história traz aos holofotes o passado de Astronauta, e seu eterno amor por Ritinha. Ao longo da trama, o personagem terá que confrontar seus próprios medos e decepções.
Ele está descansando em um banco de praça, distraído com as coisas, quando de repente ele vê Ritinha, sua ex, apanhar o filho na escola. Imediatamente ele sente desconforto e liga para a BRASA, dizendo que mudou de ideia em relação ao descanso e que está disposto a voltar, mesmo após dois intensos episódios espaciais em sua vida.
Sua missão desta vez será a de reconhecimento, indo até o campo atmosférico de Saturno, o planeta dos anéis, para verificar um possível caso de ressonância.
Só que ao chegar lá e deixar a nave para ajudar quem quer que fosse, eis o que ele encontra: uma versão alternativa dele mesmo, barbudo e mais velho, e que tem mulher (Rita), filha (Isabel) e trabalham junto dele num processo de colonização planetária devido a problemas com clima que tiveram na versão da Terra deles. É literalmente um choque entre duas realidades, bastante parecido com o conceito de Multiverso que podemos observar nas histórias da DC Comics, até porque há uma outra versão do Astronauta ainda, que usa tapa-olho e parece ser mal intencionado em uma outra realidade.
Ou seja, tudo aquilo que os fãs de quadrinhos mais amam está aqui sendo utilizado nesta ótima trama do Astronauta, em que o personagem tenta fugir, na Terra, de seu passado, e de suas decepções, mas acaba as reencontrando no espaço, tendo que lidar com elas da mesma forma. Em meio à trama, Astro terá que experimentar um pouco da vida que não teve, quando se separou de Ritinha para explorar o espaço.
Aqui ele também se junta à sua contraparte alternativa para enfrentarem uma entidade gigante com forma de mulher, que consegue distorcer o tempo/espaço (que analogia curiosa, não?), e causar a confusão a que fomos apresentados. Em um dado momento, Astro chegou a calcular que o evento que fez com que estas duas realidades se encontrassem, teria alguma relação com o seu envolvimento com a singularidade na história anterior, em que ele impediu um louco de detonar uma arma na Terra, o que possivelmente possa ter aberto uma fenda no espaço e causado a ressonância de realidades, usando como catalisador o hexágono no topo de Saturno. Mas conforme descobrimos, o buraco dessa fenda é muito mais embaixo do que se calcula.
Ops, acabei soando meio geek, não é? Linguagem meio rebuscada demais? Hehe, pois é porque eu me interesso por astronomia e o estudo dos fenômenos temporais e de realidades, já li muita coisa a respeito disso, até assisti especiais envolvendo o grande cientista Stephen Hawking, falando do paradoxo do avô, e realidades paralelas. Gosto muito desses assuntos, e isso me leva a outra característica muito legal destas histórias que o Beyruth escreve: elas tem explicações científicas em relação aos fenômenos espaciais investigados por Astronauta Pereira. Acho isso fantástico, pois fomenta os leitores a procurarem tais assuntos.
Pois bem, chegando mais ao final da história, temos o climax, e ele nos reserva duas grandes surpresas: a primeira é que Astronauta terá que lidar com algo que nunca, jamais passou pela sua cabeça, e eu estou bem curioso para ver as repercussões disso, e a segunda, óbvio, é que Beyruth não terminou a sua narrativa, o final, o último painel da história, é um gancho, um cliffhanger para uma próxima possível história do Astronauta. Será Assimetria 2? Ou terá um novo contexto? Vamos aguardar! Eu estou cheio de ansiedade para ver o que Beyruth vai preparar. Tomara que ele continue.
Enfim, independente disso, posso afirmar aqui que Danilo Beyruth acertou a mão de novo, e nos escreveu mais uma ótima história envolvendo este personagem clássico dos quadrinhos brasileiros criados por Maurício de Sousa, que desta vez teve até homenagem ao desenhista Jack Kirby em um dos painéis, artista famoso pelo seu trabalho na Marvel, principalmente com o Quarteto Fantástico.
É legal também ver o prefácio do próprio Maurício, todo deslumbrado com o trabalho do autor, se perguntando "de onde ele tira essas ideias?" Mas tem bastante coisa que, quem se lembra das antigas histórias do Astronauta, consegue reconhecer aqui, apenas o humor foi trocado pelo drama, nos proporcionando uma das melhores reimaginações de um personagem que tivemos em tempos recentes. Eu diria que estas histórias do Astronauta de Beyruth merecem e muito virarem filmes, principalmente Magnetar, mas como a gente conhece o cinema brasileiro, podemos arriscar a dizer que isso jamais irá acontecer, a não ser que resolvam animar a coisa, aí pode até rolar.
De qualquer forma, eu recomendo muito esta terceira graphic novel do Astronauta. Compre, leia, fale a respeito para as outras pessoas, chame todos que você conhecer para ver este trabalho sensacional que Beyruth tem realizado com o personagem. Um bom trabalho merece ser divulgado e incentivado a continuar. Desde já muito ansioso para ver o anúncio de uma possível nova narrativa do Astro. Que Beyruth dê continuidade a seu grande trabalho já feito até aqui.
Ele está descansando em um banco de praça, distraído com as coisas, quando de repente ele vê Ritinha, sua ex, apanhar o filho na escola. Imediatamente ele sente desconforto e liga para a BRASA, dizendo que mudou de ideia em relação ao descanso e que está disposto a voltar, mesmo após dois intensos episódios espaciais em sua vida.
Sua missão desta vez será a de reconhecimento, indo até o campo atmosférico de Saturno, o planeta dos anéis, para verificar um possível caso de ressonância.
Só que ao chegar lá e deixar a nave para ajudar quem quer que fosse, eis o que ele encontra: uma versão alternativa dele mesmo, barbudo e mais velho, e que tem mulher (Rita), filha (Isabel) e trabalham junto dele num processo de colonização planetária devido a problemas com clima que tiveram na versão da Terra deles. É literalmente um choque entre duas realidades, bastante parecido com o conceito de Multiverso que podemos observar nas histórias da DC Comics, até porque há uma outra versão do Astronauta ainda, que usa tapa-olho e parece ser mal intencionado em uma outra realidade.
Ou seja, tudo aquilo que os fãs de quadrinhos mais amam está aqui sendo utilizado nesta ótima trama do Astronauta, em que o personagem tenta fugir, na Terra, de seu passado, e de suas decepções, mas acaba as reencontrando no espaço, tendo que lidar com elas da mesma forma. Em meio à trama, Astro terá que experimentar um pouco da vida que não teve, quando se separou de Ritinha para explorar o espaço.
Aqui ele também se junta à sua contraparte alternativa para enfrentarem uma entidade gigante com forma de mulher, que consegue distorcer o tempo/espaço (que analogia curiosa, não?), e causar a confusão a que fomos apresentados. Em um dado momento, Astro chegou a calcular que o evento que fez com que estas duas realidades se encontrassem, teria alguma relação com o seu envolvimento com a singularidade na história anterior, em que ele impediu um louco de detonar uma arma na Terra, o que possivelmente possa ter aberto uma fenda no espaço e causado a ressonância de realidades, usando como catalisador o hexágono no topo de Saturno. Mas conforme descobrimos, o buraco dessa fenda é muito mais embaixo do que se calcula.
Ops, acabei soando meio geek, não é? Linguagem meio rebuscada demais? Hehe, pois é porque eu me interesso por astronomia e o estudo dos fenômenos temporais e de realidades, já li muita coisa a respeito disso, até assisti especiais envolvendo o grande cientista Stephen Hawking, falando do paradoxo do avô, e realidades paralelas. Gosto muito desses assuntos, e isso me leva a outra característica muito legal destas histórias que o Beyruth escreve: elas tem explicações científicas em relação aos fenômenos espaciais investigados por Astronauta Pereira. Acho isso fantástico, pois fomenta os leitores a procurarem tais assuntos.
Pois bem, chegando mais ao final da história, temos o climax, e ele nos reserva duas grandes surpresas: a primeira é que Astronauta terá que lidar com algo que nunca, jamais passou pela sua cabeça, e eu estou bem curioso para ver as repercussões disso, e a segunda, óbvio, é que Beyruth não terminou a sua narrativa, o final, o último painel da história, é um gancho, um cliffhanger para uma próxima possível história do Astronauta. Será Assimetria 2? Ou terá um novo contexto? Vamos aguardar! Eu estou cheio de ansiedade para ver o que Beyruth vai preparar. Tomara que ele continue.
Enfim, independente disso, posso afirmar aqui que Danilo Beyruth acertou a mão de novo, e nos escreveu mais uma ótima história envolvendo este personagem clássico dos quadrinhos brasileiros criados por Maurício de Sousa, que desta vez teve até homenagem ao desenhista Jack Kirby em um dos painéis, artista famoso pelo seu trabalho na Marvel, principalmente com o Quarteto Fantástico.
É legal também ver o prefácio do próprio Maurício, todo deslumbrado com o trabalho do autor, se perguntando "de onde ele tira essas ideias?" Mas tem bastante coisa que, quem se lembra das antigas histórias do Astronauta, consegue reconhecer aqui, apenas o humor foi trocado pelo drama, nos proporcionando uma das melhores reimaginações de um personagem que tivemos em tempos recentes. Eu diria que estas histórias do Astronauta de Beyruth merecem e muito virarem filmes, principalmente Magnetar, mas como a gente conhece o cinema brasileiro, podemos arriscar a dizer que isso jamais irá acontecer, a não ser que resolvam animar a coisa, aí pode até rolar.
De qualquer forma, eu recomendo muito esta terceira graphic novel do Astronauta. Compre, leia, fale a respeito para as outras pessoas, chame todos que você conhecer para ver este trabalho sensacional que Beyruth tem realizado com o personagem. Um bom trabalho merece ser divulgado e incentivado a continuar. Desde já muito ansioso para ver o anúncio de uma possível nova narrativa do Astro. Que Beyruth dê continuidade a seu grande trabalho já feito até aqui.
Astronauta: Assimetria (2016)
Nº de edições: 1
Editora: Maurício de Souza Editora
Formato: Graphic Novel
Roteiro: Danilo Beyruth
Desenhista: Danilo Beyruth
Colorista: Cris Peter
Editores: Emerson Agune, Levi Trindade
Outras graphic novels do Astronauta na série Graphic MSP:
- Entropia (2018)
- Assimetria (2016)
- Singularidade (2014)
- Magnetar (2012)
Mais títulos da série Graphic MSP:
ESPECIAL: A série brasileira de quadrinhos do selo Graphic MSP
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