Thursday, February 19, 2015

NO CINEMA: Jupiter Ascending (O Destino de Júpiter)

Ah, os Wachowski! Eu me lembro de mais de uma década atrás, eu e meu irmão indo assistir o mundialmente famoso filme The Matrix (Matrix). Eu me recordo de estar bem receoso, olhando para aquela ilustração no pôster e dizendo, "ih, sei não!", mas resolvi tomar a pílula vermelha com meu irmão e ver até onde iria aquele buraco de coelho. Acabou que ao final desse filmaço eu estava em êxtase! Foi uma das melhores ficções-científicas que já assisti na vida, e continua a me inspirar até hoje, The Matrix catapultou os Wachowski para o estrelato e ainda rendeu mais duas continuações do filme que infelizmente não alcançaram o mesmo bom nível do primeiro.

Para Jupiter Ascending, eu entro na sala de cinema com a cabeça totalmente aberta, ignorando as porcarias que os dois irmãos fizeram ao longo dos anos após Matrix, incluíndo aí na conta Speed Racer (Speed Racer) e V for Vendetta (V de Vingança), simplesmente porque eles conseguiram entregar um filme muito bom em 2012 chamado Cloud Atlas (A Viagem), um filme que eu mesmo recomendo; Não tem ação desenfreada, ritmo frenético, nem cenas de luta e só um tantinho de efeitos especiais necessários para a construção de ambientes, só para ajudarem os irmãos a contarem a história.

O trailer de Jupiter Ascending também ajudou a aumentar um pouco minhas expectativas. Após eu ver algumas críticas do filme, no entanto, diminuí elas de novo e entrei na sala sem saber muito o que esperar. Acabou que foi uma comédia acidental até divertida. Sério, porque só mesmo encarando esse filmeco como comédia para poder assistir. Roteiro fraquíssimo, pífio, clichezão e diálogos que chegam a níveis crepusculares!

Mas vamos tentar explicar o que acontece aqui: o filme é estrelado por Mila Kunis...


Bwahahahahahahahahahah!!!!!

Ora, mas é claro, claro! Você quer que sua personagem principal seja o mais unidimensional possível? Contrate a irmã do Stewie! Ela vai resolver tudo! Gênios, Wachowskis, gênios!

Cês são bão!!
Enfim, ela leva uma vidinha de merda (literalmente), limpando banheiros e deseja o que toda princesa da Disney deseja. Isso mesmo, algo mais na vida! Então ela é achada por um alienígena que é um negócio esquisito, meio humano e meio lobo (???) e ele leva ela para o espaço, diz que ela é majestade de sei lá o que, aí tem um cara meio boiolinha lá que tem uma quedinha por ela, rola um triângulo amoroso, e... é uma confusão.

Bom, no meio dessa galerinha do barulho que apronta altas confusões, tem ainda um outro cara que diz ser dono do planeta Terra. Saca só a DIVA:

Âzfrlrlrlrllrll....

Puta que pariu...!!
Agora a gente inclina a cabeça e racha o bico; prontos? PRONTOS!

Eu me espantei demais quando eu vi o nome dele nos créditos... Eddie Redmayne, ótimo ator, acabou de sair de uma atuação brilhante ano passado em The Theory of Everything (A Teoria de Tudo), o cara manda uma interpretação magistral fazendo o Stephen Hawking... e agora me faz isso?? Sério, o cara é uma diva. Ele fica sussurrando as falas o tempo todo e, de repente, do nada, tem um ataque e berra como se tivesse dando a luz a um perú! Ahh, seu Eddie Redmayne, vou ligar para os caras no Oscar e mandarem te desclassificar da corrida da estatueta, você vai ver só!

Enfim, o filme nada mais é do que uma patacoada sem fim de situações confusas e sem nexo algum. Tem uma hora que tá rolando um climinha em um diálogo entre a Kunis e o Channing Tatum, certo? Aí o lobinho diz pra Kunis algo sobre ela valer tanto pro planeta natal dela quanto ele valer para os cachorros, tentando explicar a ela porque eles não podem ficar juntos. Eis que a Kunis me responde isto: "eu adoro cachorros"...


Hein??? Que porra isso tem a ver com qualquer coisa, ô Bela? E ainda por cima, o cara sai e ela repete o que acabou de dizer, inclinando a cabeça para trás logo em seguida como se estivesse tendo um orgasmo, ou coisa assim... ou seja, primeiro ela se dá conta da coisa ridícula que ela acabou de proferir e depois se derrete? Tem explicação? Enfim...

E assim o filme segue, chato, bobalhão, juntando todos os clichês possíveis de criaturas de videogames com ideias passadas de ficção-científica numa enxurrada de situações bobas, mal-resolvidas e personagens desinteressantes. Ao final da projeção, a personagem da Kunis volta para onde começou, não houve praticamente mudança alguma, crescimento algum por parte dela e a bagaça termina. Que fiasco! A trilha do Giacchino não é ruim, é a única parte mais bacaninha do filme, bom, como costumam ser todas as suas trilhas, desde a série Lost, que considero seu trabalho mais memorável. O espetáculo visual e as cenas de ação também são bacanas, como costumam ser todos os filmes dos Wachowski. E só. Ah sim!! E o Sean Bean não morre neste filme!! Até que enfim! Um dia desses eu ainda preciso fazer uma lista das mortes do Sean Bean.

Resumo da ópera: filminho tosco, desinteressante e esquecível. Tremenda bola fora dos Wachowski, de quem eu esperava pelo menos alguma coisinha, visto o último trabalho deles. Não recomendo, e se alguém estiver curioso, não gaste seu dinheiro no cinema, espera cair na Internet ou estrear no Netflix. Eu só fui porque estava seco para ver uma ficção-científica nova, sendo um fã do gênero, digo, das boas ficções-científicas, no entanto, esta daqui passou longe de acertar. É uma pena. Mas pelo menos eu me diverti com certas coisas. Se encarado como uma comédia, pode até funcionar, mas fica aqui minha mensagem aos Watchowski: revejam tudo que sabem sobre blockbusters e voltem com um decente, se quiserem que eu volte a gastar dinheiro com vocês.

Jupiter Ascending (2015)
Título em português BR: O Destino de Júpiter
Nota: 3,5 / 10

Direção: Lana & Andy Wachowski
Produção: Grant Hill, Lana Wachowski, Andy Wachowski
Roteiro: Lana & Andy Wachowski
Trilha sonora: Michael Giacchino

Estrelando: Mila Kunis, Channing Tatum, Sean Bean, Eddie Redmayne, Douglas Booth, Terry Gilliam

Trailer:


1 comment:

  1. Tirando a parte da comédia, que nem pra isso serve. Crítica perfeita.

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