Friday, December 21, 2018

NO CINEMA: Mary Poppins Returns

10 / 10
Após 54 anos, Rob Marshall promove um retorno ao passado, e sequência de Mary Poppins, de 1964, impressiona, diverte, emociona e toca corações.

Confira minha opinião!

Título brasileiro: O Retorno de Mary Poppins
Direção: Rob Marshall
Estrelando: Emily Blunt, Lin-Manuel Miranda, Ben Whishaw, Emily Mortimer, Pixie Davies, Nathanael Saleh, Joel Dawson, Julie Walters, Meryl Streep, Colin Firth, Jeremy Swift, Kobna Holdbrook-Smith, Dick Van Dyke, Angela Lansbury, David Warner, Jim Norton, Noma Dumezweni, Tarik Frimpong, Sudha Bhuchar, Steve Nicolson, Chris O'Dowd, Mark Addy, Edward Hibbert, Ash


Quando eu assisti o filme Mary Poppins, a muitos anos atrás, aquele foi para mim um momento mágico da minha infância. Ver a babá mágica e suas peripécias com a família Banks passou a ser algo que esperávamos para rever todos os anos que se seguiram de nossas vidas.

Mary Poppins era o tipo de momento que aguardávamos para ter em família. A gente se reunia na sala de TV durante as festas de fim de ano, e por breves duas horas a gente se esquecia dos problemas do cotidiano e embarcava na magia da produção da Disney baseada nos livros de P.L. Travers. Todos os anos eram assim. Minha mãe sempre adorou. Mary Poppins é o tipo de filme que você não queria que acabasse nunca, a gente se reunia em frente a TV, e ficava sempre esperando pela próxima peripécia, pelo próximo truque, pelo próximo número musical. Eu tenho o DVD do filme na minha coleção, e o guardo com o maior carinho. Mary Poppins é um filme que ao mesmo tempo que te ensina a ter responsabilidades, também ensina o quanto manter sua criança interior é o máximo do máximo.

Pois bem, quando eu decidi ir assistir Mary Poppins Returns no cinema, eu não sabia o que iria encontrar. Dado o trágico histórico de produções hollywoodianas recentes, eu não estava tão confiante, mas decidi dar uma chance. Mary Poppins foi uma grande heroína da minha infância, então eu fui no cinema daquele jeito, esperando gostar muito do filme, torcendo pelo melhor, mas também preparado para o pior. Felizmente, os envolvidos na produção não decepcionaram e mostraram que Hollywood não esqueceu de seu passado.

Nos primeiros dez minutos, o filme já desarma grande parte de minhas defesas; temos um número musical de apresentação com o personagem Jack (Lin-Manuel Miranda), que no primeiro filme era do ator Dick Van Dyke, ele nos apresenta novamente a Londres antiga de lamparina a lamparina pelas ruas, e então vamos parar na casa dos Banks para ver como eles estão.

A trama nos mostra Michael e Jane Banks, agora crescidos, vivendo na mesma casa do filme original, embaixo do mesmo navio onde aquele capitão velho dispara o mesmo canhão para marcar as horas. Michael agora trabalha no Banco Fiduciário que seu pai George trabalhava, tem três crianças e é viúvo, e está passando por problemas financeiros. Ele tem cinco dias para quitar uma dívida que tem com o banco, do contrário, o banco vai ter que tomar a casa da família. Michael imagina ter crédito suficiente no banco para sanar sua dívida, mas não consegue achar as notas que provam que ele tem tal valor. Um dos três meninos, o mais novo, pega uma pipa que Michael estava se desfazendo, e corre para o meio do mato, e quando chega do outro lado, eis que Mary Poppins reaparece descendo com a pipa, e a diversão começa. Ela sabe da situação de Michael e retorna para cuidar da família Banks novamente.

Já de cara mostra sua magia para as crianças. Ela prepara um inusitado banho de espumas para elas que vai dar em um número musical, depois ao ver que os meninos quebraram uma peça de porcelana de seus pais com um desenho de uma carroça, ela e Jack embarcam para o mundo animado desse desenho para poder solucionar o problema e aí temos a sequência animada do filme que mistura animação clássica à moda antiga com os personagens de carne e osso. Tem ainda o número musical que participam com a irmã de Mary, interpretada por Meryl Streep, e o número com os amigos de profissão de Jack, que cantam, dançam e realizam peripécias no meio da rua. Soma-se essa diversão toda à breve porém divertida participação de Dick Van Dyke interpretando agora o filho do velho Mr. Dawes, dono original do Banco Fiduciário, aquele que quase teve um infarto rindo no primeiro filme, quem assistiu se lembra. Dick é o único link desta produção com o filme original, portanto sua participação é um momento simbólico do filme.

Enquanto isso, o agora adulto Michael, angustiado com a própria situação, faz aqui o papel que era de seu pai George no primeiro filme. Ele embarca na vida de adulto e se esquece de como era ser criança e ter o espírito leve, assim como todos nós acabamos esquecendo em meio às responsabilidades da idade. Desta forma, Michael acaba passando por uma transformação durante o filme, enquanto nós, que assistíamos o filme original quando crianças, também nos ajeitamos na cadeira e canalizamos novamente aquela criança dentro de nós. A trama muito bem escrita do filme nos coloca novamente nessa atmosfera mágica, e por breves duas horas que passam voando, eu me recordo de tudo que vivenciei assistindo o filme original. Ao final da projeção, me dá aquela sensação de alegria, leveza de espírito! Emily Blunt está espetacular no papel que antes era da inesquecível Julie Andrews, divertida, misteriosa, imprevisível e... como posso dizer? Ah, sim: PERFEITA EM TODOS OS SENTIDOS!

Não me peçam para explicar essa sensação de leveza que sinto ao final do filme; assim como muitas coisas que a babá se recusa a explicar, ela não tem explicação. A única coisa que posso dizer é que, por breves duas horas, Hollywood parece ter entrado em um túnel do tempo e nos trazido de volta aquela magia dela de 1964, data da primeira produção. Me senti como uma criança novamente, um meninão sentado no cinema e curtindo cada belíssimo momento desta sequência. Assim, não tenho como dar outra avaliação para este maravilhoso filme do que aquela que Mary ensinou com aquela palavrinha do primeiro:

SUPERCALIFRAGILISTICEXPIALIDOCIOUS!

Simplesmente adorável, belíssimo é um retorno muito bem vindo da Hollywood clássica para nos maravilhar com esta ótima sequência. Se você se considera um fã do primeiro filme, não perca por nada esta belíssima e recomendadíssima sequência! Absolutamente sensacional e um novo clássico da Disney para se curtir nos finais de ano, juntamente com o maravilhoso filme original com Julie Andrews.

Mary Poppins Returns (2018)

Produção: John DeLuca, Rob Marshall, Marc Platt, Ben Howarth, Michael Zimmer
Roteiro: David Magee, Rob Marshall, John DeLuca (baseado na obra literária de P.L. Travers)
Trilha sonora: Marc Shaiman (com trechos de trilha de Irwin Kostal)

Outros filmes desta cinessérie:
Mary Poppins Returns (O Retorno de Mary Poppins) (2018)
- Mary Poppins (O Predador) (1964)

Trailer:

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