Friday, April 20, 2018

NO CINEMA: Rampage

3 / 10
Filme baseado no clássico game de monstros da Midway não mostra a que veio. Com piadas toscas, desenvolvimento quase nulo, e um fiapinho de trama, o filme mostra que a maldição dos filmes baseados em games continua.

Confira minha opinião!

Título brasileiro: Rampage: Destruição Total
Direção: Brad Peyton

Estrelando: Dwayne Johnson, Naomie Harris, Malin Akerman, Jeffrey Dean Morgan, Jake Lacy, Joe Manganiello, Marley Shelton, P.J. Byrne, Demetrius Grosse, Jack Quaid, Breanne Hill, Matt Gerald, Will Yun Lee, Urijah Faber, Bruce Blackshear, Jason Liles


AAAAI MEU SACOOO!

Sério, Dwayne? Sério que eu driblei o hediondo remake de Jumanji pra vir cair nisso? Putaqueopariu! Parece até um filme dirigido pelo infame Uwe Boll! Eu pisquei no meio desse filme! É, pisquei, peguei rapidamente no sono por uns segundos! Bom, mas também não se pode esperar muito de uma fonte tão sem nada! É o game Rampage, sucesso dos anos 80 nos consoles clássicos. Você era um gorilão, ou um lagartão ou um lobo, o que você quisesse ser, e brincava de Godzila ou King Kong, subindo nos edifícios, destruindo, causando o caos, etc. Era divertido! Não passava disso, mas divertia. Só que de trama... nada tinha. Mas mesmo os videogames antigos e modernos sem aquela trama elaborada o pessoal se preocupou já antes em pelo menos tentar tirar leite de pedra.

É o caso, por exemplo, do filme dos Angry Birds! Meu, fala o que você quiser, mas aquela animação é bacana, engraçada, tem conteúdo, tem até comentário social! Eu falei sobre ela por aqui e adorei cada segundo dela! Uma historinha simples e singela, mas bacana, bem feita, e inspirada num game em que o máximo de trama que tem é "porcos roubam os ovos dos passarinhos, passarinhos vão pra cima dos porcos!" Aqui em Rampage, você tem personagens rasos, clichês a perder de vista, situações que você já viu em zilhões de outros filmes melhores, e diálogos de fazer corar a face de vergonha! Não, sério, tem uma cena que o Dwayne vai pra trás de uma metralhadora automática e começa a atirar num lobo gigante dizendo "mexeu com meus amigos mexeu comigo... AAAAAAHH!" Putaqueopariuzes!

Nessa hora eu queria me esconder na cadeira de vergonha! Sorte que a sala estava vazia, tinha pouca gente.

Mas... vamos falar da... é... do fiapinho de trama que isso tem.

Tem uma nave espacial que acaba explodindo no espaço e mandando para a Terra um fragmento de uma tecnologia capaz de fazer alguma coisa com organismos vivos que não ficou bem explicado no filme, mas enfim, vamos em frente...

Dwayne Johnson, o The Rock, é um primatologista... pff...

Primatologista...

Não, pera...

Tá, filme, tá bom... vou fingir que acredito!

Ele gosta mais de animais do que de gente. Ele tem amizade com esses gorilas aí da selva africana que ele estuda e conversa. Sim, ele fala com os bichos! Deixa pra lá, senão...

Aí tem esse gorila brancão que é o último da sua espécie. É o gorila com quem o Dwayne tem mais... digamos... amizade. Eles até tem toquinho de mão, pra se ter uma ideia! Só que aí esse gorila tem contato com essa tecnologia misteriosa do espaço e começa a crescer. Junto com ele, um lagartão e um lobo também crescem e passam a ficar mais agressivos. Blá, blá, blá, você já sabe o que acontece! Aí o Dwayne e o crush dele, uma mulher que é geneticista, tem que deter essa ameaça e fazer com que os animais parem de destruir tudo.

Pronto, acabou! Essa é toda a premissa do filme!! Santo Deus! Ainda se fosse mais engraçadinho, eu até considerava como uma boa comédia, mas nossa!! Os personagens não tem um pingo sequer de desenvolvimento! Nada! As piadas do filme são estapafúrdias! O gorila tem essa piada que o filme encara como o charminho dele, sério, você nem faz ideia! Ele mostra... o dedo médio! NOOOFFAA!! Isso nunca foi tentado antes, filme! Que inovação, hein?

Os efeitos especiais do filme são medíocres! Sério, tem hora que se você bobear, vai se pegar esperando a tela verde de fundo aparecer a qualquer momento! Ah sim! E quem são os vilões dessa patacoada toda?? Dois cientistas mal intencionados sem qualquer desenvolvimento ou carisma também. Haja paciência! A trilha sonora é a mais genérica possível. Enfim, quase tudo uma desgraça! A única coisa que diverte remotamente no filme, isso porque não tem nada melhor, é a destruição. Essa sim é bem feita. Mas enfiada em uma produçãozinha capenga destas, não salva a película do desastre. Lá pela metade do filme, comecei a entender porque a sala estava vazia.

Podem incluir este filme na já longeva e longa lista de filmes baseados em videogames que não deram certo. Pois é meus amigos, a maldição dos filmes baseados em games continua a todo vapor, com raríssimas exceções. 

Será que um dia teremos um tratamento para os games que se iguale ou se supere em qualidade o tratamento que é dado hoje para os filmes baseados em quadrinhos? Só o tempo dirá!

Por hora, vou apenas deixando aqui o meu desgosto e o meu arrependimento por ter pago o preço do ingresso.

Deveria ter ido ver Os Farofeiros, saco! Hoje em dia está complicado achar humor bom nos filmes feitos no Brasil, mas se bobear, é capaz de ser até mais engraçadinho do que isso. Não recomendo, não perca seu tempo, e para o filme, minha resposta é essa aí do lado, a mesma da gag cômica do gorila branco do filme.

Rampage (2018)

Produção: Toby Emmerich, Beau Flynn, Dany Garcia, Hiram Garcia, Brad Peyton, John Rickard
Roteiro: Ryan Engle, Carlton Cuse, Ryan J. Condal, Adam Sztykiel (inspirado no videogame de 1986 criado por Bally Midway, Brian Colin e Jeff Nauman)
Trilha sonora: Andrew Lockington

Trailer:


1 comment:

  1. Eu acho que o filme pode ter sido melhor. Porém acho que vale a pena pelo elenco que tem. Falar de Dwayne Johnnson significa falar de uma grande atuação garantida, ele se compromete com os seus personagens e sempre deixa uma grande sensação ao espectador. O mesmo aconteceu com o filme completo Jumanji para mim é um dos grandes filmes de Hollywood. Se vocês são amantes do trabalho deste ator este é um filme que não devem deixar de ver.

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