Friday, September 1, 2017

NO CINEMA: Защитники (Os Guardiões)

Nota: 3 / 10

Vamos acabar logo com isso... ano passado eu vi o trailer deste filme aqui. Era uma das novidades mais legais e bacanas que eu vi em tempos recentes! Quando eu vi aquele maluco com uma máscara e essas duas espadas circulares, eu pirei! Puts grila, que foda! A coisa melhorava... TEM UM CARA COM CABEÇA DE URSO SEGURANDO UMA AUTOMÁTICA NESSE FILME, CARACA!! Eu precisava ver aquilo de qualquer maneira!

Já tinha até apelido para a coisa: o "Quarteto Fantástico Russo". Tudo indicava que iria ser um filme até melhor do que Wonder Woman! Até o segundo ato, parecia mesmo. Só que aí parece que o roteirista do filme tem um infarto, morre, eles trocam, e a coisa caga geral. É como se você estivesse tomando um milkshake de chocolate, e lá no final ele virasse bosta. Que decepção!

O filme tinha TUDO, tudo para virar um novo clássico moderno. Os conceitos, excelentes, lindos, os personagens, fantásticos, eu gostei deles, os poderes, caramba... show demais, a trilha sonora, ótima, a ambientação, muito bacana, o tema musical principal, putakipariu, aquela música tá na minha cabeça até agora! Sem contar que é uma ideia 100% original e nova! Não é baseada em quadrinho algum! Eu fiquei repetindo e repetindo esse maldito trailer, ansioso para conferir isso aqui! E sabe o que é mais engraçado? Eu nem iria ver este filme hoje! Pois é!

Eu fui no Cinemark. Só tem porcaria de filme dublado lá, então eu nem vou nessa rede, mas hoje eu fui, porque desta vez não parecia ser o caso. Estava procurando um horário cedo para ver um filme, porque a esposa precisava de mim mais tarde. Certo, saí do serviço e lá fui eu correr atrás de um filme pra ver mais cedo, lá pelas três da tarde, ou coisa parecida. Escolhi um filme pelo site do Ingresso.com, que olho sempre, onde dizia que o filme tinha sessões legendadas no Cinemark. Só que quando eu comprei o ingresso e entrei na sala, após 15 malditos minutos de trailer, o filme começa e eu ouço os caras falando português. Putakipariu! Saí da sala no mesmo segundo, e fui ter com a gerência. Eles me deram duas opções, o extorno do meu dinheiro, ou uma cortesia. Escolhi a cortesia e resolvi finalmente assistir este filme russo na próxima hora. Deveria ter pedido o extorno e desistido da ideia.

Bom, pra concluir, eu não recomendo pra ninguém o Cinemark, e não só por ter apenas filmes dublados, porque a rede é boa, quando se trata de exibir filmes clássicos, em sessões legendadas limitadas. Quando eu fui entrar na sala indicada para assistir o filme, estava lá o pôster do The Dark Tower, e um trio de meninas na sala que me garantiu que o filme seria esse, baseado na obra do Stephen King. 10 minutos antes de começar a sessão, fui ter com a gerência de novo, já pensando em xingar todo mundo, e os caras estavam mais perdidos que cego em tiroteio, até que um dos atendentes, muito simpático, me confirmou que, apesar do pôster, o filme seria o russo mesmo. Sentei; puto, mas sentei, mexendo no celular. O filme começou e as meninas saíram da sala, óbvio. Que bagunça! Obviamente, também, terei que ser mais cauteloso com o Ingresso.com no futuro, porque ele me indicou uma coisa, e me vendeu outra. Enfim, esta foi minha odisseia do dia; de volta ao filme.

Ah sim, deixa eu avisar desde agora: vou dar spoilers e falar sobre o final, ok? Se não quiser saber, leia depois, senão, leia por conta e risco, porque eu estou tão puto, que preciso desabafar!

O negócio começa muito bem! Mostra quatro pessoas sendo cobaias de experimentos do governo de Moscow para um projeto de superhumanos chamado Patriot. Uma das militares fica encarregada de juntar essas pessoas novamente, após meio século (após conseguirem os poderes, os protagonistas não envelhecem), para combaterem um outro cara que foi um experimento que deu errado.

Ela vai atrás deles no Kazaquistão, na Armênia, e em outras partes do mundo. Vemos primeiro o Lernik, um cara que vive como um ermitão, rezando o Pai Nosso em uma igrejinha. Ele faz pedras levitarem; o outro, Khan, é um espadachin, e tem duas espadas circulares fantásticas, e poder de teletransporte. O outro, Arsus, é meio homem, meio urso, ele se transforma em animal para ativar sua superforça, o que eu achei muito foda! É como se fosse o Coisa, do Quarteto Fantástico. E a última, é a Kseniya, que pode ficar invisível e tem resistência às intempéries do tempo.

O filme não perde tempo com longas apresentações, o que eu achei correto, e já parte para a ação rápido. De início, ele parecia muito com aquelas investidas clássicas de filmes dos anos 80 de ação, algo que achei muito bacana. As batalhas então, nem se fala! Kuratov, o vilão do filme, é bem bidimensional, tem músculos desproporcionalmente grandes para seu tamanho, mas achei bacana o design.

Enquanto o filme se manteve no departamento de ação e espetáculo, eu achei sensacional, eu até ignorava vários diálogos do filme que me soavam galhofa, porque a coisa estava dando certo, eu estava entretido. A cada cena do Arsus, por exemplo, e aquela semelhança dele com o personagem do game Tekken, era um olho arregalado. Com o orçamento limitadíssimo, eles conseguiram fazer coisas incríveis no filme. Claro que às vezes, o Arsus parecia muito CG, até quando se movia, mas tudo bem, estava bacana. Era uma traminha simples, bem contra o mal, coisa crua, básica, mas estava bom assim.

Aí, mais para o final, a coisa degringolou.

Houve uma cena em que o Arsus, em sua forma humana, fala com a militar, dizendo que estava cada vez mais difícil de voltar a ser humano quando se transformava, dizendo que sempre que mudava, ele se sentia mais animalesco, e temia ficar daquele jeito para sempre no futuro. Um bom arco para ser desenvolvido, não é mesmo? Dicotomia entre nosso lado racional e irracional. Imaginem as possibilidades a partir daí! Pois bem, sabe como ele acaba? Não, né... E MUITO MENOS EU!

Pois é... eles largam isso de lado completamente no filme!! Puta merda! Uma cena inteira dedicada a este arco dramático, e no final, eles esquecem completamente dele! É como se a cena não tivesse acontecido, porque, vamos ser francos, não serviu pra porcaria alguma!

Aí, num momento do pré-clímax, o Arsus fica frente a frente com o Kuratov. O Arsus, eu achei muito bacana, porque além de virar meio urso e sentar o dedo na automática, cena que eu achei muito bacana, ele ainda pode ser um urso por inteiro, o que é mais bacana ainda, especialmente na cena em que a Kseniya monta nele, puts, foi foda! Até mesmo uma piadinha aqui e ali, eles tentaram jogar no filme, como no momento em que o urso, a mulher e o Lernik tentam pegar o elevador. Mas enfim, o Arsus fica de frente com o vilão, na forma de urso mesmo! Pensei... "puts, foda, agora o bicho vai pegar! O Arsus vai encerar o piso com esse cara!" Imagina um ursão daqueles te dando um golpe! Pois é... expectativa... essa... realidade... o vilão só dá um peteleco no Arsus, e joga ele pra longe!

PUTAKIPARIU!! PUTAKIPARIU!! PUTAKIPARIU!!!!

E não foi só eu que xinguei não, outros caras do meu lado ficaram indignadíssimos! A gente até riu junto quando eu falei "tá vendo, porra, isso que dá quando um ursinho carinhoso resolve bancar o superherói!" Merda!

Mas teve coisa muito mais broxante, senta aí! Através de um velho cientista, a militar descobre que os quatro poderiam ficar ainda mais fortes se se dessem as mãozinhas e... cantassem "Kumbaya" na praia... BRINCADEIRA!... se eles compartilhassem seus poderes uns com os outros. Ok, legal... só que aí, não sei por que cargas d'água, o final se foca apenas nisso, puta merda! Os quatro se juntam e soltam um... ah, sei lá, um kamehameha, ou coisa parecida, bem grande, que abre um buraco no chão e faz o bosta do Kuratov cair, no melhor estilo "lembrem-se de mim como um total e inexpressivo vilãããão..."

E acaba! Simplesmente acaba! A gente vê os quatro, que resolvem voltar para as suas vidinhas chatas, e a militar juntos, em um outro lugar, e ela revela que há outros guardiões. Depois tem uma cena entre-créditos, sem pé nem cabeça, e pronto, acaba assim, abrupto!

Se tem outros ou não, dona, eu não faço ideia, mas pra mim, não vai ter! Puta merda, que porcaria de final broxante, chato, sem tempero, sem nada! Se a intenção é começar uma série de filmes com estes personagens, então me desculpe, mas creio que não vai rolar, porque eu tô fora, amigo! Lamento desapontar a todos, eu mesmo fui com expectativa de poder voltar aqui e dizer que o filme era foda, que era muito legal, com vontade de recomendar a coisa. MAS NÃO RECOMENDO! Não gaste seu dinheiro a toa, colega! Espera que uma hora cai na internet e você assiste, vai! Puta merda, devia ter ido ver o filme do Bingo, o palhaço! Talvez tivesse me divertido mais!

Enfim, quando virem esse filme russo passando por aí, façam um favor a si mesmos, e finjam que não viram! Senão vão terminar assim: imagina que você está no meio do bem-bom com a sua garota ou garoto, e de repente no meio do vamos-ver, ele broxa! Sem retorno, simplesmente acaba ali, e rola aquela sensação de constrangimento e frustração entre vocês. Foi assim com este filme. Começou fantasticamente bem, mas na hora de mostrar a que veio, broxou. Triste! Um verdadeiro desperdício de boas ideias e conceitos.

Защитники (2017)
Título em português BR: Os Guardiões

Direção: Sarik Andreasyan
Produção: Gevond Andreasyan, Sarik Andreasyan, Vladimir Polyakov, Aleksey Ryazantsev
Roteiro: Andrey Gavrilov, Sarik Andreasyan, Gevond Andreasyan
Trilha sonora: Georgiy Zheryakov

Estrelando: Anton Pampushnyy, Sanjar Madi, Sebastien Sisak, Alina Lanina, Valeriya Shkirando, Vyacheslav Razbegaev, Stanislav Shirin, Aleksandr Komissarov, Nikolay Shestak, Mila Maksimova, Igor Maslov, Aleksandr Semyonov, Konstantin Adaev, Evgeniy Venediktov, Dmitriy Murashev

Trailer:

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