Nota: 7,5 / 10
Este, sem dúvidas, é o melhor filme do Pierce Brosnan em muitos anos, o que, claro, não quer dizer muito. Uma coisa positiva aqui é que Brosnan abandonou o estigma de agente secreto, coisa que eu sentia que ele não conseguia se desvencilhar desde que deixou de ser o James Bond nos cinemas.
Verdade seja dita, ele até fez filmes legais depois de sua época de Bond, James Bond, mas não muita coisa. Neste novo filme, dirigido pelo fraquíssimo diretor John Moore, ele é um empresário dono de uma empresa de aviões, e um pai de família, o que é uma mudança bem interessante de papel para o ator, mas a gente já meio que nota que o Brosnan está meio pra lá de bagdá em termos de idade. Uma coisa ele não perdeu depois de James Bond: sua elegância e finesse e o enorme apetite pelo álcool em suas bebidas.
A trama é bem interessante, e poderia ter sido trabalhada bem melhor: o personagem de Brosnan está apresentando um novo projeto, mas no meio da apresentação, a parte elétrica falha, comprometendo tudo. Então ele pede pra chamar o "cara do TI", um molecão de 28 anos que mexe com computadores. O garoto resolve o problema e Brosnan o convida para consertar algumas coisas em sua luxuosa casa toda adornada de dispositivos eletrônicos, a chamada "casa inteligente". Só que o garoto do TI acaba caindo de amores pela filha de Brosnan, de 17 anos, e quer de todo jeito chegar junto na menina. Até aí tudo bem.
O problema começa quando Brosnan começa a dar uns "chega pra lá" no menino, impedindo que ele e a filha conversem, a não ser online. Só que essa atitude faz com que a vida de Brosnan, sua filha e esposa vire um verdadeiro pesadelo, porque o garoto não aceita bem rejeição, além de ter problemas psicológicos e ser um verdadeiro psicopata.
Aí o circo pega fogo. O garoto, sendo um hacker extremamente habilidoso, começa a invadir todos os dispositivos eletrônicos da casa, pegando informações pessoais da família, e sabendo de tudo sobre a vida deles, com a intenção de acabar com a vida do empresário. Uma cena muito perturbadora, por exemplo, é quando o garoto, talvez inspirado pelo assassino Norman Bates, de Psycho, começa a ver a filha de Brosnan no chuveiro, e filma ela batendo uma siririca debaixo da ducha, mandando o vídeo para todo mundo da escola dela.
Desconcertado, desesperado e sem ter a quem recorrer, Brosnan vai atrás de agentes da CIA, na tentativa de deter o moleque e salvar sua carreira, sua família e sua vida. Acaba que no fim, ter uma casa luxuosa e cheia de tecnologia não era assim uma vantagem muito grande, devido a alta exposição online da família, e eles aprendem isso da pior forma possível.
Ok, vamos aos problemas: esse garoto é, pelo visto, um dos hackers mais burros que eu já vi! O menino diz ter trabalhado para a NSA, e me cai no conto do vigário de que a filha de Brosnan chama ele pra conversar em um restaurante, logo depois de ela se dar conta de que ele não era flor que se cheire. O moleque, na maior inocência, vai lá e cai no truque armado por Brosnan e o agente da CIA. Outro problema, é que eu achei que Brosnan começou a dar linha do rapaz muito cedo, nem dando chance dele poder se expressar ou conhecer aquelas pessoas melhor. Nesse ponto do filme a gente não sabia que o moleque era um psicopata, então isso faz o personagem de Brosnan parecer um escroto. Só depois que a gente se dá conta do outro lado da história.
Também achei essa historinha de "rapaz tenta socializar e se revela um maníaco do parque" muito repetitiva. É quase como se aquele filme do Jim Carrey, The Cable Guy (O Pentelho), de 1996, tivesse, do nada, virado um thriller de drama e ação. Poderiam ter dado outra direção para a trama ao invés de ter colocado ela assim no piloto automático. Você já até adivinha qual vai ser o desfecho, de tão previsível que é.
De resto, o filme é divertido e te alerta para não ficar tão dependente assim de tecnologia, pois às vezes, expor tanto assim a nossa privacidade pode nos trazer sérios problemas. Eu, depois desse filme, me convenci que a melhor política é ter uma "casa burra" e simples mesmo, que não dá vazão para me expôr tanto assim para os outros. Privacidade é algo muito importante para se perder em um mundo onde a gente já corre o risco, todos os dias, de nos expôr demais nas redes sociais, dependendo do que a gente posta nelas.
Enfim, filme ok, nada muito relevante ou fora do comum. O suspense é divertido, mas não acrescenta tanta coisa nova à discussão do universo online que vivemos hoje. Um filme como Enemy Of The State (Inimigo Do Estado), de 1998, estrelando Will Smith, fez isso de forma muito mais efetiva e ainda continua bem atual. Este aqui com Brosnan, é bacana, distrai, mas não vai mudar tanto a sua vida, se você não ver. Recomendo se você for em dias baratos, mas não vai esperando Brosnan estar em forma como em sua época de James Bond, que esses anos de martinis batidos e não mexidos, mulheres voluptuosas e Aston Martins já estão bem distantes do ator, assim como aquele seu vigor da juventude para interpretar heróis de ação.
Aí o circo pega fogo. O garoto, sendo um hacker extremamente habilidoso, começa a invadir todos os dispositivos eletrônicos da casa, pegando informações pessoais da família, e sabendo de tudo sobre a vida deles, com a intenção de acabar com a vida do empresário. Uma cena muito perturbadora, por exemplo, é quando o garoto, talvez inspirado pelo assassino Norman Bates, de Psycho, começa a ver a filha de Brosnan no chuveiro, e filma ela batendo uma siririca debaixo da ducha, mandando o vídeo para todo mundo da escola dela.
Desconcertado, desesperado e sem ter a quem recorrer, Brosnan vai atrás de agentes da CIA, na tentativa de deter o moleque e salvar sua carreira, sua família e sua vida. Acaba que no fim, ter uma casa luxuosa e cheia de tecnologia não era assim uma vantagem muito grande, devido a alta exposição online da família, e eles aprendem isso da pior forma possível.
Ok, vamos aos problemas: esse garoto é, pelo visto, um dos hackers mais burros que eu já vi! O menino diz ter trabalhado para a NSA, e me cai no conto do vigário de que a filha de Brosnan chama ele pra conversar em um restaurante, logo depois de ela se dar conta de que ele não era flor que se cheire. O moleque, na maior inocência, vai lá e cai no truque armado por Brosnan e o agente da CIA. Outro problema, é que eu achei que Brosnan começou a dar linha do rapaz muito cedo, nem dando chance dele poder se expressar ou conhecer aquelas pessoas melhor. Nesse ponto do filme a gente não sabia que o moleque era um psicopata, então isso faz o personagem de Brosnan parecer um escroto. Só depois que a gente se dá conta do outro lado da história.
Também achei essa historinha de "rapaz tenta socializar e se revela um maníaco do parque" muito repetitiva. É quase como se aquele filme do Jim Carrey, The Cable Guy (O Pentelho), de 1996, tivesse, do nada, virado um thriller de drama e ação. Poderiam ter dado outra direção para a trama ao invés de ter colocado ela assim no piloto automático. Você já até adivinha qual vai ser o desfecho, de tão previsível que é.
De resto, o filme é divertido e te alerta para não ficar tão dependente assim de tecnologia, pois às vezes, expor tanto assim a nossa privacidade pode nos trazer sérios problemas. Eu, depois desse filme, me convenci que a melhor política é ter uma "casa burra" e simples mesmo, que não dá vazão para me expôr tanto assim para os outros. Privacidade é algo muito importante para se perder em um mundo onde a gente já corre o risco, todos os dias, de nos expôr demais nas redes sociais, dependendo do que a gente posta nelas.
Enfim, filme ok, nada muito relevante ou fora do comum. O suspense é divertido, mas não acrescenta tanta coisa nova à discussão do universo online que vivemos hoje. Um filme como Enemy Of The State (Inimigo Do Estado), de 1998, estrelando Will Smith, fez isso de forma muito mais efetiva e ainda continua bem atual. Este aqui com Brosnan, é bacana, distrai, mas não vai mudar tanto a sua vida, se você não ver. Recomendo se você for em dias baratos, mas não vai esperando Brosnan estar em forma como em sua época de James Bond, que esses anos de martinis batidos e não mexidos, mulheres voluptuosas e Aston Martins já estão bem distantes do ator, assim como aquele seu vigor da juventude para interpretar heróis de ação.
I.T. (2016)
Título em português BR: Invasão De Privacidade
Direção: John Moore
Produção: Pierce Brosnan, Nicolas Chartier, Craig J. Flores, David T. Friendly, Dan Kay, Beau St. Clair, William Wisher Jr.
Roteiro: Dan Kay, William Wisher Jr.
Trilha sonora: Tim Williams
Estrelando: Pierce Brosnan, Anna Friel, Stefanie Scott, James Frecheville, Jason Barry, Karen Moskow, Kai Ryssdal, Brian F. Mulvey, Martin Hindy, Rico Hizon, Clare-Hope Ashitey, David McSavage
Trailer:
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