Saturday, September 15, 2018

NO CINEMA: Isle of Dogs

8 / 10
Novo filme do diretor Wes Anderson é uma bem-vinda surpresa em meio a uma temporada horrorosa de filmes. Seu novo filme é uma animação adulta que causa reflexão e diverte com seus efeitos visuais.

Confira minha opinião!

Título brasileiro: Ilha dos Cachorros
Direção: Wes Anderson
Estrelando: Bryan Cranston, Koyu Rankin, Edward Norton, Bob Balaban, Bill Murray, Jeff Goldblum, Kunichi Nomura, Akira Takayama, Greta Gerwig, Frances McDormand, Akira Ito, Scarlett Johansson, Harvey Keitel, F. Murray Abraham, Yoko Ono, Tilda Swinton, Ken Watanabe, Liev Schreiber, Roman Coppola


Voltei. Dei uma sumida, né? A gente precisa dar uma desaparecida de vez em quando, mudar a rotina, ver outras coisas. Podem se acalmar, não fui raptado nem levei facada na rua não. É que também fazia um tempo que não aparecia nada que realmente valesse a pena conferir no cinema, então aproveitei a deixa para sumir de vez. Mas esta semana voltou a aparecer algo. Pensei em ir ver o novo filme do Predador, mas resolvi deixar pra semana que vem, pois ontem eu achei um filme no mínimo interessante pra ver, e do doidão do Wes Anderson. É uma animação adulta dele, que me pareceu feita em stop-motion, chamada Isle of Dogs. O negócio é meio bizarro mesmo, quem já viu coisas como Fantastic Mr. Fox ou Moonrise Kingdom, sabe do que estou falando.

A estilização do filme é toda oriental, porque a trama se passa em um Japão distópico no futuro, em que o Estado governa o país, e por causa de uma certa epidemia de um vírus que as pessoas pegavam de cães, o governo japonês resolveu isolar toda a raça canina em um terreno estilo lixão para esses cães doentes, e separar as pessoas desses animais domésticos antes tidos como inofensivos. O primeiro deles é um cão chamado Spots. Então, tempos depois, vemos um bando de cães liderados por um certo Chief, cuja voz é do ator Brian Cranston; Spots, era o cão de um menino chamado Atari e após muito tempo, o menino decide largar tudo e ir atrás de seu bichinho de estimação que era dado como morto.

Chief se junta a um bando de outros cães para tentar retornar à sociedade, mas descobre diversas coisas sobre si mesmo que irão mudar sua perspectiva de mundo e seu relacionamento com seus amigos cães e o menino Atari, que acaba indo parar lá no terreno para seguir em uma jornada com esses animais e encontrar talvez seu animalzinho.

A estilização do filme é toda maluca. O humor do filme é aquele humor secão, que você simplesmente acompanha, não ri, e talvez nem sequer ache engraçado. O visual do filme é muito bom mesmo, com modelos humanos e animais caricatos, porém bem convincentes e com efeitos visuais bastante interessantes.

O filme toma certos riscos com um certo criticismo cético em relação à sociedade, e os animais trabalham como porta vozes desse criticismo. É até irônico no começo que o diretor resolve deixar claro que os diálogos humanos foram mantidos em seus idiomas originais (tanto em japonês, quanto em inglês), enquanto que o dos cães foram traduzidos para o inglês. Isso joga o foco diretamente no que os animais tem pra falar, fazendo com que os humanos sejam meramente coadjuvantes nessa história.

Com um elenco bacana e uma trama dinâmica que te prende a atenção, muito embora tenha aquela secura característica do diretor que já mencionei, Isle of Dogs é uma boa recomendação se você procura algo feito fora dos padrões, diferente, e que diverte e faz pensar... principalmente em relação à própria atitude do protagonista, que tem aquele posicionamento meio de vira-lata, que nem ele mesmo se entende, ou sabe explicar por que morde às vezes; igual eu, que não sei explicar por que às vezes tenho que sumir um pouco. Mas sei muito bem porque sempre acabo voltando e escrevendo de novo.

Isle of Dogs (2018)

Produção: Wes Anderson, Jeremy Dawson, Steven Rales, Scott Rudin, Simon Quinn, Eli Bush, Octavia Peissel
Roteiro: Wes Anderson, Roman Coppola, Jason Schwartzman, Kunichi Nomura
Trilha sonora: Alexandre Desplat

Trailer:

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