Sunday, May 27, 2018

GAME: Tomb Raider II (PC)

9 / 10
Em um retorno à sessão de videogames do meu blog, decidi lembrar todos desta clássica e bacana aventura da série Tomb Raider, o ótimo segundo game, que foi o que me apresentou à série.

Confira minha opinião!

Programação: Gavin Rummery
Produção: Troy Horton, Jeremy Heath-Smith
Roteiro: Vicky Arnold (baseado em personagem criada por Toby Gard)
Trilha sonora: Nathan McCree
Vozes: Judith Gibbins, Shelley Blond, Massimo Marinoni, Simon Greenall, Nathan McCree, Atsuko Tanaka, Mitsuru Ogata, Naoki Bando, Tôru Ohkawa, Tomohisa Asô


Para quem achou que eu tinha descontinuado a sessão de games do site... NO! Eu somente estava muito ocupado para jogar qualquer game. Ainda estou, então não esperem que eu fale de algo mais novo por uns tempos. Talvez dê, talvez não, se der, eu falarei, senão, continuo protelando, mas fechar essa sessão do site tão querida por mim, eu não fecho nem por decreto oficial!

Enfim, como este ano tivemos aí o novo filme de Tomb Raider estrelando a atriz Alicia Vikander no papel da musa Lara Croft, eu resolvi voltar no tempo e compartilhar uma memória que tenho da primeira vez que joguei um game da franquia na vida. Como eu disse na minha resenha do filme, eu conheço a Lara Croft das antigas, dos primeiros games, e eis aqui a minha apresentação a esta série. Tomb Raider II não somente foi um enorme marco nos videogames e especialmente nos games de computador, mas também um dos melhores games 3D de aventura e ação que já foram feitos. Na minha época a gente falava 3D mesmo, he he! Era por causa dos gráficos tridimensionais que davam a sensação de profundidade, não era porque as coisas saltavam da tela não, OK? Os games estavam transitando lentamente do visual retrô de sidescrolling, aquele visual bidimensional do Mario, para os gráficos 3D, e Tomb Raider, o primeiro game, foi um dos pioneiros neste departamento, e ainda utilizando o saudoso MS-DOS como plataforma.

Na verdade, quem tomou a iniciativa primeiro de experimentar com o segundo game foi o meu irmão mais novo, e eu acabei indo junto na onda também, porquê na época, todo mundo dizia que você tinha que jogar este game, que era espetacular, que isso e que aquilo, e a gente resolveu abraçar a vibe, até porque a franquia na época estava em voga total, a comunidade gamer sempre falava deste game, Lara Croft era sensação total, então a gente resolveu ver do que se tratava.

Acabou que a gente também gostou demais da experiência! Se você é um cara que gosta de abraçar a nostalgia, deve jogar este game aqui! Se você é um curioso, também! Se você nasceu agora, tem menos de 20 anos de idade, e não fazia nem ideia do que se tratava tudo isso até então, também te recomendo jogar, meu amigo, porque você vai ter uma noção precisa e clara de como que os gráficos nos games estavam se desenvolvendo para conseguirem chegar hoje na perfeição gráfica do teu jogo de Xbox One, ou de Playstation 4.

Estamos falando de uma época em que a tridimensionalidade ainda não estava estabelecida na cabeça das pessoas, de uma época em que ainda era mais comum vermos animações em 2D, muito embora a Pixar já estivesse começando aí no ramo; de uma época em que nostalgia ainda era pegar games do Atari, do NES, do Mega Drive; ainda é, mas hoje, games como Tomb Raider II também entram para esta lista! Portanto, vamos conhecer o game.

CARACTERÍSTICAS GERAIS


Basicamente o game é no estilo clássico de fases. Você enfrenta perigos, você encontra itens escondidos em lugares específicos em cada mapa, e você descobre o que o game chama de "secrets". São itens extras que estão espalhados estrategicamente. Você tem um vídeo introdutório, que a gente chama popularmente de cutscene, e cai dentro da fase do game, já tendo que achar seu caminho, fazendo escalação, matando animais, e superando quebra-cabeças. Passa fase, passa outra, cutscenes com a história, e assim vai até o final.

Eu lembro muito bem dos controles do computador, porque eu joguei tanto este game, que ficou cristalizado na minha memória afetiva. Eram controles excelentes, fáceis e altamente responsivos; você apertava CTRL+cima para subir de uma estrutura a outra, ALT para realizar um salto, a tecla SHIFT era para andar e a tecla de espaço era para sacar as pistolinhas. Você tinha que virar um verdadeiro mestre nestes controles, porque muitas situações de perigo requeriam que você agisse rápido e com eficiência. Mas o melhor do game, e uma das coisas que fazia ele ser tão elogiado, era a câmera.

Sendo um game em terceira pessoa, você tinha a visão do personagem, e por isso tinha que se ter um trabalho bom na condução da câmera para se jogar, de forma que o game te permitisse ver tudo a sua volta. E Tomb Raider é uma série que sempre havia gozado deste fator naqueles dias. Eu lembro de sempre jogar um game da série e elogiar sistematicamente o brilhante trabalho de câmera feito pela equipe de programadores do game, enquanto criticava outros games, como Dark Vengeance por exemplo, por terem uma câmera confusa e perdida, muito embora tivesse uma proposta boa de enredo e bons personagens.

A câmera ajudava e muito, mas você tinha que estar sempre em alerta e com os dedos no botão de espaço e na combinação CTRL/ALT prontos, porque quando as coisas estavam muito quietas no game, era porque os perigos estavam a espreita. Geralmente você se via em uma maioria de situações sem muitos inimigos, o game era mais no estilo ache o caminho e resolva os quebra-cabeças para prosseguir. Mas quando os inimigos vinham, fossem humanos ou animais, a coisa era tensa! Você tinha que poupar o máximo de recursos possíveis, fossem munições para armas, ou medkits, todo desfecho do game dependeria de quanta economia você tinha feito durante a partida. O game tem três tipos de menu, o menu de objetos de forma geral, que é o superior, incluindo os medkits; o menu de armas, e por fim, o menu do game propriamente dito.

O sistema de salvamento do game basicamente possibilitava você salvar o game a qualquer momento. Isso significa que todo cuidado era pouco. Se você salvasse a partida em uma situação que a Lara estivesse em alto risco, baubau! Era começar de novo e jogar seu game inteiro fora. Por causa disso, eu, às vezes, salvava em slots diferentes, só pra garantir. Outra coisa que eu fazia, era salvar constantemente, porque na outra casa que eu morava, a força caia muito, então eu corria o risco de perder tudo que eu havia feito, caso não salvasse. Passei por essas frustrações algumas vezes, antes de aprender a salvar sempre. Hoje em dia, a maioria dos games salvam automático, após um tempo.

Havia também no game, os chamados "secrets"; eram objetos ou recursos extras que existiam em partes estratégicas das fases. Aqui neste segundo game, os segredos eram três dragões miniaturas que você tinha que achar espalhados pelo game. Caso você conseguisse pegar eles, você não só teria recursos a mais, mas também poderia se gabar com seus amigos de ter completado o game tendo pego todos os secrets. Eu nunca consegui! Tinha fases em que eu pegava todos, mas haviam níveis tão difíceis, que ou você se preocupava em escalar uma plataforma em meio a um riacho, ou floresta, ou montanha, e empurrar caixas enquanto escapava de armadilhas, ou você acessava esses lugares difíceis de chegar. Era uma coisa, ou outra pra mim.

Uma coisa que sempre me incomodou em qualquer game de Tomb Raider, mas especialmente neste aqui, eram as fases com água demais. Eu nunca gostei muito de fases com água, sempre me incomodavam. Havia uma barra de oxigênio, e toda vez era uma agonia, você tinha que ficar de olho, senão Lara se afogava. O CD do game era composto de uma faixa de mídia (o game) e faixas de áudio, que eram a trilha sonora das fases, que você ouvia tocar enquanto jogava; na época, era possível você pegar os CDs dos games e colocar no aparelho de CD para ouvir só as faixas de áudio, então você já tinha a trilha sonora lá mesmo; a gente chamava esses CDs de games de "mixed-mode CD", na época não havia mp3 em larga escala como hoje! Em uma dessas faixas, tinha uma trilha que me assombrava: era a do coração batendo; enquanto você perambulava por uma caverna sinistra, você ouvia aquele maldito coração batendo, sempre com o volume aumentando. Dava calafrios na gente!

Jogos da série Tomb Raider geralmente eram bem longos e demorados, e bem difíceis! Você raramente sabia para onde ir, ou dificilmente tinha certeza se estava indo para o lugar certo. Eu comprava na banca a revista com o game debulhado por alguém, e seguia esse guia estratégico para poder chegar ao fim dele. Às vezes eu arriscava ir por conta própria e fechava o guia, e esses eram os momentos que eu mais me perdia ou me estrepava. Era tenso!

Os gráficos, para a época, eram excelentes! Muito embora os personagens não mexessem a boca quando falassem (nessa época era difícil fazer isso), ou muito embora a trilha sonora do CD às vezes não andasse em sincronia com o gráfico, e aí você tinha que voltar e ver de novo, o que se tinha era top de linha em relação à qualidade como um todo. Hoje em dia, muita gente vai estranhar com o olhar modernoso, mas na época era o que a gente tinha de mais avançado. Outra coisa que alguém pode estranhar são os diálogos meio galhofas. Por mais que eles sejam poucos aqui no game, vendo eles hoje, soam bem galhofas. Na época a gente achava o máximo, até porque não estávamos acostumados, naqueles tempos, em ver um game "falar", era tudo via texto, ou então, as falas eram bem poucas, não faziam um volume bom para se parecer com um filme; hoje em dia é bem comum, os games estão em pé de igualdade com os filmes em termos de narrativa, então olhe com olhos de final do século XX para entender a coisa toda. É meio difícil para quem nasceu agora, mas pergunte ao seu pai como que era nessa época e ele vai te responder mais ou menos isso que eu falei.

Enfim, este era o Tomb Raider II em termos de jogabilidade, e essas são as memórias que tenho da minha experiência com o game. Vamos dar uma espiada rápida na história agora, e fechar com algumas conclusões.

A TRAMA

A história do game, no início, nos remonta à antiguidade, quando monges chineses enfrentaram um enorme dragão vermelho, que na verdade a gente aprende no game que se tratava do imperador da China transformado em dragão, e de sua carcaça, retiraram uma adaga, chamada de Adaga de Xian, uma adaga que pertenceu ao imperador, que comandou seu exército na época; acreditam que quem enfiar a adaga no próprio coração, se transformará em um dragão, como foi o caso do imperador. Ela ficou alojada então em um templo na grande Muralha da China, esperando pela pessoa que seria a escolhida, para que fosse resgatada. Bom, a pessoa escolhida não apareceu ainda, mas Lara foi atrás dela, de qualquer forma. O problema é que uma seita liderada por um italiano lunático chamado Marco Bartoli deseja ir até lá e enfrentar Lara pelo direito de ter a adaga, porque acreditam que Bartoli seja o tal escolhido.

De lá, ela passa por vários lugares famosos de Veneza, na Itália, onde a gente tem que se locomover através das construções e de barcos, pela cidade alagada, e depois de volta ao Tibet, e de volta à Muralha, onde diversas coisas acontecem.

Em Veneza, que corresponde às fases 2, 3 e 4 do game, era especialmente bacana, porque você pilotava uma lancha. Não o tempo todo, mas era legal, e necessário também para avançar nas fases; e você ainda visitava uma opera house. Tinha também os níveis na neve que eu achava fantásticos, onde você dirigia um snowmobile, eu sempre achei esses os melhores momentos desta aventura.

A arquitetura das fases de qualquer game da série sempre foram sensacionais em todos os aspectos. Os programadores e artistas gráficos iam na própria localidade em que Lara Croft iria perambular no game para reproduzir ela igualzinho. Bom, não exatamente igualzinho, no caso aqui, o game é de uma época em que os gráficos tridimensionais ainda eram meio poligonais e quadradões, mas dadas essas limitações, era sempre a reprodução exata da localidade real, o que só contribuia para a experiência positiva.

Ao final, Lara, obviamente consegue se apoderar da adaga em uma épica batalha contra o vilão Marco Bartoli, transfigurado em um enorme dragão. Na última fase, que é na mansão Croft, Lara ainda é atacada por uns capangas remanescentes e dá cabo deles fácil; claro, não sem algumas piruetas que você tem que realizar na mansão. Como extra, ainda quebra a quarta parede e dá uma palavrinha rápida com você, o jogador, quando está prestes a tirar o roupão para tomar uma ducha após a ação. Naquela época era comum ver isso, hoje já se tornou uma solução meio galhofa; coisa da época. Eu posso até mesmo ver gente mais nova rindo de quem achou uma sacada sensual ter a expectativa de ver uma personagem poligonal de jogos tirar a roupa. Sim, tinha gente que se derretia pela Lara Croft. Tanto que havia um hack que alguns faziam no terceiro game para ver Lara vivendo a aventura sem roupas! Imaginem! Mas isso faz muito tempo.

E para treinar suas habilidades na mansão, nada melhor do que você acessar a fase de treino do game, que lhe possibilita praticar as manobras radicais que Lara terá que realizar no próprio jogo, e também conhecer a imensidão daquela mansão. Apesar de ser uma fase de treino, é um nível enorme, e merece ser explorado! Uma coisa bem legal e sacana que a gente conseguia fazer nessas fases, era prender o Jeeves em uma sala. Jeeves era o mordomo de Lara na mansão. Às vezes dava pra gente prender o coitado pra que parasse de seguir Lara por um segundo. Era bacana. Eu e meu irmão ficávamos brincando disso, às vezes dizendo algo como "agora eu mato esse mordomo!", he he he! Tinha gente da época que dizia que o velhote queria era dar para a Lara, por isso ficava sempre atrás dela! Esse pessoal!

Enfim, eram essas as memórias que eu queria dividir com vocês sobre Tomb Raider II. Um game difícil e com uma arquitetura de níveis tão robusta que vai fazer você se perder por horas e horas no game, explorando e vivendo uma grande aventura nos gráficos poligonais de Playstation da época. Se você já jogou este game, e gostaria de viver essa aventura de novo, saiba que o Steam tem ele no catálogo por apenas 12 reais; os dispositivos portáteis também possibilitam você jogar esta antiga e clássica aventura de Lara Croft, então não perca a chance de reviver essa época inicial dos gráficos 3D. E se você é muito novo e nunca jogou, experimente, vale a pena! Tem preconceito contra gráficos antigos? Então imagine que você está dentro de uma aventura de Minecraft e divirta-se! Garanto que não vai se arrepender!

Tomb Raider II (1997)

Desenvolvedor: Core Design
Distribuidor: Eidos Interactive
Plataformas: PC (Windows), PlayStation, Mac OS, Steam, iOS, Android
Gênero: Ação e Aventura; plataforma
Modo: Single player

Site: www.core-design.com

Outros games da série original:
- Tomb Raider: The Angel of Darkness (2003)
- Tomb Raider: Chronicles (2000)
- Tomb Raider: The Last Revelation (1999)
- Tomb Raider III (1998)
Tomb Raider II (1997)
- Tomb Raider (1996)

Trailer oficial:


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