Saturday, August 27, 2016

SHOW: Wee Willie Walker (SESC - Ribeirão Preto, SP, 26/08/2016)


Uma noite extremamente divertida, descontraída e com muita carga de sentimento no ar é como eu posso resumir esta noitada de música no show mais do que especial de Wee Willie Walker, o grande talento de Memphis, EUA, que veio para Ribeirão Preto esta noite de sexta-feira, nos brindar com muita música.

Em um ano que contou com tantos contratempos que me fizeram sumir de vez em quando, caro leitor, volto aqui mais uma vez a você para falar desse showzasso, que contou não só com a graça do blues e do jazz, como é sempre prometido pelo Sesc Jazz & Blues, festival anual de Ribeirão Preto, mas também com soul, R&B, funk (o original, claro), trechos gospel, música romântica, e vários gêneros clássicos da boa música negra americana. Assistir este show, foi como ver um artista clássico do selo Motown se apresentar.
 
Wee Willie Walker tem uma voz sensacional, que remete muito à sonoridade de cantores como Al Green, e Marvin Gaye. Ele, um medalhão menos conhecido da música americana, hoje com 74 anos de idade ainda imprime muita energia no palco e uma voz forte, potente e devastadora. Seu imenso carisma fez o palco brilhar mais e quem esteve na audiência não conseguiu ficar um minuto sequer parado com suas arrebatadoras performances.
 
O cantor e bluesman, e porque não dizer, soulman, ficou escondidinho em seu canto no início do show, sendo anunciado pelo carismático e habilidoso baterista e segunda voz Ronald Maye, com grande entusiasmo! As duas músicas iniciais tocadas pelo grupo seguiram mais para a veia do R&B, mas depois que Walker entrou, a atmosfera se converteu e ouvimos o bom e velho blues sair das caixas.
 
Eu não conheço as músicas autorais de seus trabalhos, mas curti muito suas composições. Esses intérpretes cantam com a alma, cantam o que sentem, até porque muitos deles passaram por dificuldades quando jovens, então cada música que interpretam é um sentimento único e diferente quando ouvimos, uma história diferente, cheia de muito ritmo, melodia, tudo com uma carga eletrizante e apaixonante.
 
Alguns momentos que eu posso destacar foram as versões de "Stand By Me", clássico maravilhoso de John Lennon, "Let's Stay Together", clássico romântico de Al Green, e todos os momentos de mais energia e balanço que houveram no show. A última, antes do bis, "Heartbreak (It's Hurting Me)" foi um ótimo momento especial, e o bis foi temperado com a presença do tema da banda, aquela música que tem que ser tocada em todo show, no caso deles, "There's No Stopping Us Now", que fechou uma excelente noite com chave de ouro.
 
Os músicos excelentes da banda estavam muito bem sintonizados, todos eles sensacionais, especialmente o tecladista Jesse Mueller, que deu um show nas teclas. O guitarrista Scott Ives hora alternava para guitarra rítmica, bem ao estilo de George Benson, e hora alternava para solos a lá Eric Clapton, mostrando porque foi escolhido para compor a banda do músico; e o baixista de cabelões grisalhos a lá Gandalf, Charles Fletcher parecia que tinha hora que fazia seu baixo soar como um baixo fretless, tamanha sua habilidade no instrumento.
 
Antes de começar o show eu cheguei lá no Sesc e estavam se apresentando a banda argentina SoulJunkies, que tive a oportunidade de pegar os últimos minutos do show e os achei muito bons, tanto que gastei 10 reais no CD de divulgação; quem já me acompanha faz algum tempo, sabe que eu faço tudo que estiver ao meu alcance para divulgar os talentos pouco reconhecidos e tentar ajudar a mudar o péssimo cenário musical que assola o país. Sim, dei 10 reais para os argentinos com muito gosto, senhores, porque o CD de Wee Willie estava hediondos 40 reais, e eu não estava com essa bola toda; queria estar, mas enfim, essa é outra história.
 
No fim das contas, foi uma ótima e divertida noite, onde eu tive a chance de conhecer gente nova, alegre, interessante, amigos que eu não via faz tempo, e até mesmo fui convidado a dividir uma cerveja com eles lá pelos arredores. Resumindo, o tipo de noite bacana que eu não tinha fazia um bom tempo, com música boa, companhias divertidas e um show ótimo, que valeu todos os 20 reais do ingresso. Uma pena que eu não vou ter condições de pegar a última noite do festival, a de Sábado; fica para o ano que vem, mas fico muito feliz de ter tido a chance de presenciar este medalhão da música que eu não conhecia, o senhor Walker. Que apareça mais vezes, em outras oportunidades para nos brindar com mais música.

 
Wee Willie Walker - Ribeirão Preto, SP, segundo dia do Sesc Jazz & Blues
26 de Agosto de 2016

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